EMPREENDEDORISMO
Um levantamento do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) mostrou que, só nos primeiros semestres de 2020 e 2021, houve um crescimento de 48,5% no segmento caracterizado pela compra e venda de produtos usados ou seminovos. Já o relatório publicado pela plataforma de consignação on-line TherdUp, apontou um crescimento três vezes maior do mercado global de roupas de brechó em comparação com o mercado tradicional.
“Boa parte desse mercado hoje começa em família. Peças passando a fazer parte da necessidade de desapego e sendo vendidas para outros brechós. Então, temos a moda e a economia circulando de forma sustentável, pois produtos em excelente estado, antes descartados, ganham um novo valor”, explica a administradora Márcia Ximenes.
Coordenadora dos cursos de Ciências Contábeis e Administração no UNAMA – Centro Universitário da Amazônia, Márcia esteve à frente do curso “Ferramentas de Gestão e Negócios de Brechó”, promovido por meio do Capacita UNAMA 2024. De acordo com a docente, a ideia do minicurso gratuito atendia a um pedido feito pelo grupo liderado por Carol Marques, uma das donas do “Bazar de Garagem”. “Nós pensamos: ‘por que, não?’, afinal, estamos falando de mulheres querendo um conhecimento mais direcionado e mais elaborado para os negócios”, destaca a docente.
APRENDER E EMPREENDER – A falta de espaço físico ou evento no qual pudesse expor seus produtos levou a educadora física Carol Marques a se unir a outras empreendedoras para juntas, criarem uma espécie de feira de brechó. Bastou apenas uma edição do “Bazar de Garagem” para clientes e parceiros se multiplicarem.
Para Carol Marques, anseio por conhecimento moveu o Bazar de Garagem a crescer de uma pequena ideia reunindo 10 mulheres, para um grande projeto, o qual hoje totaliza 260 parceiros. “Além das ações realizadas, eu percebi que nossas colaboradoras necessitavam de norte, para onde chegar com o negócio. Por isso procurei a professora Márcia. E esse curso expandiu nosso olhar de uma maneira extraordinária”, relatou Carol.
Na contramão dos números apontando as mulheres como maioria no segmento, ao lado da esposa, Miguel Oliveira é um dos únicos homens atuando na área. Para ele, um sentimento de orgulho. “Foi uma qualificação que nos fará crescer no brechó. Eu vejo homens envergonhando-se disso. Eu penso diferente e quero mostrar que o brechó não foi feito apenas para mulheres, mas para homens também.”
De acordo com a administradora Márcia Ximenes, quanto maior o número de mercados integrados à economia circular, maior será o estímulo e necessidade de reinvenção. “Por isso, na universidade estamos trabalhando exatamente isso. Esse critério da inovação, da tendência, para o segmento estar alinhado às novidades e, dessa forma, não saturar”, finalizou.
Texto: Henrique Britto - Ascom UNAMA Santarém
Comentários